Belém tem um ano e oito meses para resolver infraestrutura, transporte, hotelaria e outras questões para sediar evento, que recebe autoridades e ativistas do mundo inteiro.
Belém tem desafios a enfrentar faltando um ano e oito meses para a realização da Conferência das Partes (COP), evento sobre mudanças climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2025. A cidade será a primeira capital da Amazônia a sediar o evento, que reúne autoridades e ativistas do mundo inteiro.
Infraestrutura, transporte e hotelaria são alguns pontos que a cidade deve trabalhar para receber o público da conferência. Um comitê reunindo representantes do governo foi criado para a missão.
Maria Netto, diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade (ICS), explica que “há uma infraestrutura necessária para receber o público de uma COP, que reúne em média 80 mil pessoas por dia, com cerca de 140 mil inscritos”.
A vice-governadora do Pará Hana Ghassan, que preside o comitê estadual para o evento, disse , em entrevista ao g1 em 2023, que o Estado tem “projetos, por exemplo, de 13 corredores viários, com postes de iluminação solar, fiação subterrânea”.
Para a questão da hospedagem, Ghassan também apontou que está sendo feito mapeamento de toda rede hoteleira em Belém e região metropolitana, com possibilidade de uso de leitos em outras cidades, como Salinópolis. Hospedagens por aplicativo também devem ser usadas.
Renovação de metas
O anúncio de Belém como sede em 2025 foi feito pela ministra do Meio Ambiente Marina Silva no dia último dia 11 de dezembro. A declaração no final da COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes – país que está entre os maiores exploradores de petróleo do mundo. No evento, foi citada pela primeira a urgência pela eliminação do uso de combustíveis fósseis no texto final de uma conferência.
Na COP de Belém, serão dois principais pontos de discussão, segundo Maria Netto: mostrar o que os países conseguiram avançar desde o Acordo de Paris; e quais os planos individuais de metas para 2035.
A mais recente conferência realizada em Dubai foi considerada uma das mais importantes. Era o momento do primeiro balanço do Acordo de Paris, feito na COP 21, em 2015. Países avaliaram os avanços no combate às mudanças do clima no planeta - e também os retrocessos.
A delegação brasileira foi a maior da história, com quase três mil participantes. Indígenas e quilombolas tiveram destaque. Puyr Tembé, liderança indígena e secretária Estadual dos Povos Indígenas disse que a participação expressiva "significa que os povos indígenas estão cada vez mais buscando entender".
"É de suma importância que essa participação das comunidades tradicionais seja cada vez mais presente nos espaços de tomada de decisões", defende José Luís Souza, liderança quilombola de Salvaterra, no Pará.
Nos últimos anos, o planeta tem lançado alertas mostrando que o aumento das temperaturas estão provocando mudanças irreversíveis. O ano de 2023 foi o mais quente desde a era pré-industrial, de acordo com a ONU. E 2024 promete ser ainda pior.
A transição para energia renováveis, como a solar e a eólica, é vista como alternativa para garantia do futuro do planeta. A decisão, porém, não deixou claro qual caminho seguir para a implementação da mudança. É por isso que a COP 30, em Belém, pode ter papel crucial para indicar os próximo passos.
Antes da COP 30, a COP 29 deve ocorrer em novembro deste ano no Azerbaijão, país do leste europeu.
Fonte: Por g1 Pará — Belém
23/01/2024 13h56 Atualizado há 5 meses
Disponível em: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2024/01/23/cop-30-quais-os-desafios-da-primeira-capital-da-amazonia-para-receber-conferencia-da-onu-em-2025.ghtml
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